NEURODESIGN
O pensamento que é inconsiente, rápido e espontâneo, exigindo pouco esforço, é crucial para compreender nossas reações ao design.
A tempos os psicólogos reconhecem a importância das imagens para a mente inconsciente.
Hoje nos deparamos no dia a dia com mais imagens e designs do que qualquer outra época.
No entanto, como são em grande parte inconsciente, não tomamos conhecimento de sua atuação, por sua própria natureza, e temos dificuldade em descrevê-los ou simplesmente o consideramos impossível.
No entanto, preferimos acredita que somos racionais capazes de controlar conscientemente as próprias ações. Se somos influenciados ou induzidos a fazer alguma coisa pela mente inconsciente, não temos consciência do processo que nos impulsionou, tendemos a construir uma razão ou racionalizar o processo.
Ironocamente, quanto maior a complexidade visual e a profusão de informações da vida cotidiana, menos recorremos à mente consciente, racional e lógica, e mais nos socorremos da mente inconsciente, intuitiva e emocional.
Neurodesign
O fato de nossa mente inconsciente estar processando que vemos e moldando muitas de nossas reações sem nosso conhecimento consciente significa que simplesmente perguntar a alguém o que acha de alguma coisa já não é o suficiente. Quase sempre as pessoas não têm conhecimento consciente dos processos mentais que as levaram a preferir u design a outro. Entretanto, em vez de dizerem que não sabem, as pessoas tendem a confabular, ou seja, a imagina explicações aparentemente plausíveis para suas escolhas. Como não percebemos nossa própria fata de insights, achamos fácil “preencher lacunas” com racionalizações conscientes de nossos comportamento e escolhas.
Nas últimas décadas, neurocientistas e psicólogos acadêmicos desenvolveram várias técnicas para medir como funciona a mente. Daí então surgiram novos insights sobre como as pessoas respondem a imagens e designs, mas também resultaram em novas ferramentas de pesquisa suficientemente baratas e acessíveis para serem usadas ou prescritas por não especialistas.
Por exemplo, o rastreamento de olhos, que pode monitorar para onde as pessoas estão olhando em uma tela, que aspectos atraíram mais a tenção. Isso pode ser executado pela web, através das próprias webcam dos usuários.
Facial Action Coding – FAC
As webcams são usadas em um processo denominado codificação de ação facial (FAC). A câmera é usada para captar a atividade muscular facial do usuário, que serve de base para a inferência de sete emoções básicas
Outras medições online incluem teste de resposta implícita. Trata-se de medições baseadas na velocidade de reação. Isso irá avaliar vieses sociais de que talvez não tenham consciência ou que não estejam dispostas a relatar de maneira consciente.
Alternativas de avaliação mais adequadas para ambientes de laboratório exigem a instalação de sensores na pessoa: por exemplo, eletroencefalogramas, que medem os padrões de atividades elétrica no cérebro, com a colocação de sensores ao redor da cabeça. Oferecendo medições contínuas de fatores como nível de atenção e grau de atração emocional por uma imagem. Outra medição denominada resposta galvânica da pele ou resposta eletrodérmica, consiste na captação e quantificação de mudanças na condutividade elétrica da pele colocando sensores nos dedos da pessoa.
As descobertas decorrem desses tipos de medições e de outros testes usados pelos neurocientistas.
Hoje essas medidas são utilizadas no dia a dia em todo o mundo, para a avaliação de designs de todos os tipos, como páginas de internet, anúncios impressos e design de embalagens. Algumas questões típicas abordadas pelas pesquisas sobre neurodesign incluem aspectos como: Entre os vários designs de anúncios impressos, qual é o que tem maior probabilidade de provocar a reação emocional desejada?
O uso dessas medições permite testar os designs com base em reações reais. Não é, porem, necessário usar esses recursos para se beneficiar do neurodesign. Os princípios, as ideias e as melhores práticas podem ser usadas tanto na criação quanto no desenvolvimento e crítica de designs. Abaixo alguns dos principais princípios de neurodesign:
Fluência de Processamento
O cérebro humano tem um viés para imagens que facilita sua decodificação. As imagens mais simples e mais compreensíveis levam vantagem sobre as mais complexas, e observador não tem conhecimento consciente desses efeitos.
Primeiras Impressões
O cérebro humano não pode deixar de fazer julgamentos intuitivos rápidos quando vemos alguma coisa pela primeira vez. O sentimento geral daí resultante influenciará, em seguida, como reagimos ao design. O fato surpreendente sobre esse efeito é que ele pode ocorrer antes mesmo de termos tido tempo para compreender conscientemente o que estamos vendo.
Indutores emocionais não conscientes
Pequenos detalhes num design podem exercer impacto comparativamente grande sobre a capacidade de envolver emocionalmente os observadores. A criação de efeitos emocionais é importante para produzir designs influentes. Vieses configurados no cérebro podem ser rastreados para elaborar designs emocionalmente mais significativos.
Destaques Visuais
A medida que o cérebro compreende o que estamos vendo ao redor, construímos o que chamam de mapa de destaque. Trata-se de um mapa visual de tudo o que o cérebro acha que merece atrair nossa atenção. O interessante sobre imagens ou elementos de imagens com alto destaque visual é a capacidade de como as primeiras impressões vão enviesar ou predispor nossas reações subsequentes. Por exemplo, as pesquisas demonstram que designs de embalagens com alto destaque visual não raro são mais escolhidos nas lojas, mesmo quando o cliente, de fato, tende a preferir um produto concorrente.
Economia Comportamental
Em paralelo com as pesquisas sobre o modo como o cérebro humano reage às imagens, desenvolveu-se uma área correlata nas últimas duas décadas: a economia comportamental. Essa disciplina investiga como as idiossincrasias de nosso inconsciente podem influenciar nossas escolhas, geralmente de maneira que à primeira vista parecem irracionais.
A compreensão dos princípios ajuda a interpretar essas propostas e evitar que se convertam numa lista de recomendações aleatórias e difíceis de lembrar
Os princípios de neurodesign podem ser aplicados a quase tudo que tenha algum componente de design, como página de internet, logotipos, anúncios impressos, apresentações e embalagens. Uma boa analogia é o design ergonômico, em que os designers de produtos, prédios e móveis estudam as proporções e os movimentos do corpo, para criar designs mais confortáveis e saudáveis. Se o design ergonômico tem a ver com a compreensão da forma, do tamanho e do movimento do corpo, de modo a criar formas mais compatíveis, o neurodesign envolve a compreensão das idiossincrasias e processos da mente inconsciente para criar designs que lhe pareçam mais atraentes.
Vamos Criar!
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